"Passou a noite ao relento,
Do pôr ao nascer do Sol,
Sem descansar um momento,
Sempre a cantar, sem dormir,
Absorto no pensamento
De ver uma rosa abrir...
Coitado do rouxinol!
Passou a noite ao relento,
Do pôr ao nascer do Sol,
Sempre a cantar, sem dormir...
Mas o mísero, coitado!
Cantando tão requebrado,
Com tal cuidado velou,
Que adormeceu de cansado,
E os olhos tristes cerrou
No minuto, no momento
Em que, ao luar e ao relento,
A rosa desabrochou...
Coitado do rouxinol!
Com tal cuidado velou,
Do pôr ao nascer do Sol,
E tanto, tanto cantou,
A noite inteira ao relento,
Que, de fadiga e tormento,
Sem descansar, sem dormir,
Fecha os olhos, perde o alento,
No minuto, no momento
Em que a rosa vai abrir...
Coitado do rouxinol!"António Feijó
Uma relíquia musical angolana, Mon'Ami, por Lourdes van Dunem e o conjunto Ngola Ritmos. Encontrada nesta página de athena.pallas.
Comme un p'tit coquelicot
Mouloudji
Beijo
POEMA DOS BEIJOS
... Vivamos para amar,E deixemos de parte as sombras da velhice.O sol desaparece e pode voltarE nós dormiremos sempre a noite inteiraQuando a luz breve declinar!Oh! Beija-me mil vezes - mil vezes mais!Beija-me outras mil vezes - mil vezes mais!Beija-me ainda mil vezes - mil vezes mais!Depois - excedido o número de milhar,Misturemos os beijos de tal formaQue os não sejamos capazes de contar,Nem algum invejoso destes beijosOs possa cobiçar!(Catulo) - CatuloCoimbra Editora Lda.