quinta-feira, 27 de julho de 2017

Na praia de Quicombo olhando o mar...

Na praia de Quicombo olhando o mar[1]...


Voltas que voltam e arremedam o ser
nos interstícios dos volteios que emanaram
da certeza do querer que se foi
envolto em indizíveis coincidências...

Quanto sofrer seria evitado
se na praia de Quicombo,
tivéssemos vislumbrado
para além das lágrimas do rosto humedecido,
da linda Ébo a olhar,
à espera do avô querido...

Mas não vismos mais do que o imediato,
não conseguimos transpôr o umbral
e padecemos que nem cães sem dono
a humilhação de não saber amar
os que entretanto se apossaram de nós,
feitos reféns em silêncios doentios
de bafios e tantos pós
que já não se vê para além do sal,
para laém do mar...
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[1] ver poema aqui

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